sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Calculadoras, Caminhões e Mendigos Ladrões de Banquinhos


Mais um final de tarde na Cidade Cinza. Vago pela mesma rua de sempre, fugindo do vento que não me deixa acender meu cigarro. Passo no mesmo boteco e pego minha cerveja. Desta vez nem quis ouvir os pedidos do dono do bar para que eu apagasse o cigarro. Peguei a bebida e atirei várias moedas sobre o caixa, sem nem esperar que o patife conferisse se o dinheiro estava correto ou se eu teria troco. Voltei para rua e vi que meu velho banco estava ocupado por um mendigo. Achei melhor deixar o pobre desgraçado lá e fui à busca de outra praça. Encontrei uma perto e ali me estabeleci.  Aquilo foi um alívio para minha já castigada coluna, por mais que eu nem tenha bem passado dos 20 anos.
                Por mais cinzento que estivesse o céu, foi possível enxergar o pôr do sol. Fiquei ali sentado, eu, meu cigarro, minha cerveja (que já estava quente) e meu velho caderno. Observando os carros, as pessoas e aquelas imundas pombas, pensei sobre o caminhar das coisas na vida. Calculei o preço de viver, subtraindo todo o revés que ela traz, somando todas as “dádivas” que surgem do nada (mais obra da desatenção do azar do que de uma possível sorte). Fazia e refazia as contas, sempre buscando um resultado positivo, por mais que a calculadora não compreendesse que poderia ser o momento de me ceder um valor acima de zero. Depois de vigésima segunda tentativa, chutei a tal calculadora para rua e um caminhão só terminou o serviço, a despedaçando da mesma forma que ela mesma faz com as esperanças de tranquilidade da minha cabeça.
                Peguei a garrafa de cerveja, já vazia e quebrei-a no banco, deixando ali uns míseros cacos, já que a coragem de fazer qualquer outro ato de rebeldia já se perderá desde aquele fatídico final de semana de agosto. Voltei minhas mãos para o bolso da calça, peguei o último cigarro e voltei para casa, com mais dúvidas, questionamentos, choramingo e tristeza do que a maldita hora que inventei de sair para comprar álcool e tomar um ar.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Conversas paralelas


Novo: Nada mais dá certo. Eu me incomodo demais com os outros. Não sei nada sobre sentimentos, não sei senti-los, não sei demonstra-los e não sei vive-los, e mesmo assim insisto em tentar entrar nessa onda de sentimentalismo. Não tenho mão pra isso. Eu desisto.

Velho:  Desiste, é? Mas desiste de quê? Desiste de fazer o que teu coração manda fazer. Isso é raro, meu filho. Pouca gente pensa como você. Infelizmente, para quem pensa como você, a vida é mais difícil, pois o mundo não foi feito para pessoas assim.

Novo: Mas porque tem que ser tão difícil? Eu vejo todo mundo ser feliz por ai. Dá uma volta nos shoppings, parques, praças, sei lá. Você encontrará milhões de pessoas tendo a felicidade que eu busco.

Velho: Tente se perguntar: “Será que essas pessoas que tem essa felicidade já não passaram pelos tombos que eu passo hoje?”. Cara, a vida é assim. Por mais que essa vida seja injusta, como você diz, é impossível só haver tristeza.

Novo: Eu acho que a gente não precisa apanhar tanto pra aprender. A cada tombo, eu acredito menos em mim, nas pessoas e em tudo mais.

Velho: Quando a gente coloca a mão na tomada, lá com os nossos dois ou três anos de idade, o que acontece? A gente vê que ali vamos nos machucar. Aprendemos uma lição. O choque que sofre não é para não tocarmos mais na tomada e sim que não é aquela a forma correta de mexer ou que não é a hora para aquilo. Tudo que te acontece hoje é um ensinamento para o que virá amanhã. Hoje você acha que nada disso vale, que é só um azar tremendo que vem te acompanhando, mas eu estou aqui te dizendo que não, isso é passageiro.

Novo: Mas quanto tempo eu vou ter que viver nessa de cair, levantar e cair de novo e não saber se levantarei?

Velho: Cara, nem eu, nem ninguém vai conseguir te responder isso. Por mais que todos tentem buscar essa questão, o tempo é o senhor disso.  A gente xinga o tempo por, na nossa visão, nos deixar sempre longe do que queremos, mas não percebemos que é ele que cura nossas feridas e nos ajuda a enxergar as coisas de outra forma, quando a poeira baixa.

Novo: Então somente o tempo vai poder me dar as coisas que eu quero?

Velho: Não é bem isso. O tempo é quem carregará até você o que quer, mas tu não pode ficar de braços cruzados. Não que tenha de ficar indo atrás da felicidade, mas sim que você deve estar pronto para recebe-la. É claro que isso é bem mais complexo do que a minha fala, mas eu penso dessa forma. Espero ter te ajudado.

Novo: Talvez esse meu pensamento ainda adolescente tranque um pouco a mensagem, mas acho que entendi.

Velho: Seria bem mais simples se a vida viesse com um manual de instruções, mas imagina como ia ser sem graça saber exatamente como proceder e acabar não tendo aqueles frios na barriga. Racionalidade é algo que pessoas como nós nunca conseguiremos atingir. E tenha isso como algo bom.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Exaustão mental

É complicado escrever sobre sentimentos quando não se sabe como entendê-los. Não que seja uma tarefa dificílima de ser feita, mas é de te levar a exaustão. Para mim se torna mais cansativo por simplesmente ser um ignorante em entender os sentimentos e não saber escrever direito. Tem gente que elogia, mas não sei até onde vai a amizade nesse ponto.

Porém esse cansaço chegou a um ponto crítico. Abatido pelo peso do raciocínio, passo a tentar não entender mais o que são essas coisas que tiram meu sono, minha vontade de sair de casa, de fazer a barba e de falar com os outros.

Lembro-me de como eu era em 2007. Esse ano sempre ficará marcado para mim como a pior época da minha vida. Mas passei a analisar mais de perto esse período. Em 2007 eu guiei toda minha vida somente em mim. Chegava a passar 3 ou 4 dias sem dizer uma palavra. Não ligava para nada, somente na minha existência.

Afastei tudo de mim para poder viver sozinho no meu mundo. Não sei o porquê, mais voltei a pensar como naquela época. Não de uma forma fiel, até porque eu tinha 16 anos e não tinha 10% do conhecimento de vida que tenho hoje, que também não é muito. Penso igual quando falo em não procurar mais nada em ninguém. Tentar viver minha vida com o que tenho e somente agregar a ela quem realmente queira estar inserida nela.

Mais uma vez me enxergo como um Adolescente Medroso. Mas antes um adolescente medroso, do que um medroso, assustado e batendo mais uma vez com a cara na parede. 

terça-feira, 19 de julho de 2011

A colônia Albanesa

Enquanto estou escrevendo aqui, deve estar chovendo em alguma colônia
de pescadores na Albânia. Não que isso seja algo ligado ao texto, ou
interessante, mas como eu não sei como começar um texto (e muitas
outras coisas que não falarei aqui, pois tem criança assistindo
-ahtri-) e como a gente costuma colocar a culpa no tempo pra tudo,
resolvi escrever isso para desviar minha total ignorância literária.

Penso que como na colônia de pescadores, no meu quarto tem chovido
bastante. Não que o sol esteja escondido, ele até aparece, mas aquela
nuvem negra e carregada sempre volta. A chuva vem de pensar demais nos
rumos que minha vida tem tomado e nos que eu queria que ela tomasse.
Não sou só eu que concluo que nossa vida sempre estará em confronto
direto com o que queríamos que ela nos proporcionasse? Sempre que me
vejo nessa posição, me defino como um “reclamão” velho, mas "EU NUNCA
ESTAREI 100% SATISFEITO COM MINHA VIDA".

Isso é terrível. Meus maiores arrependimentos (não fecham duas mãos)
são produtos da minha insatisfação com a vida. Sempre cobrando de quem
não devo, sempre mudando de idéia no meio do caminho e ferindo alguém,
sempre dramatizando e colocando a culpa em todos.

Resolvi achar a forma mais fácil e arriscada de me livrar da chuva:
Colocarei telhas grossas sobre meu quarto, onde nenhuma chuva avançará
meu telhado, deixando-me livre de limpar a sujeira após cada vendaval
que acontece naquela colônia de pescadores na Albânia.

domingo, 17 de julho de 2011

Passado


Ai, o passado! Quisera eu esquecê-lo, mas não seria prudente. Somos o resultado do nosso passado.

Dizer que devemos esquecer o passado é a forma mais rápida e menos eficaz de curar as feridas. Esquecer o passado faz a gente esquecer os nossos erros. Esquecer os nossos erros faz com que os cometemos novamente.

"Ai, não vamos deixar o passado sombrio minar com nossa vida. Vamos guardar isso em um lugar mais seguro e nunca mais procurar". Nããão !!!! É impossível guardar nosso passado em uma caixa e ter amnésia após isso. As nossas lembranças do passado nos perseguem a vida toda, a todo momento. A cada esquina, aquelas lembranças do passado te levarão até aquele lugar que não queria mais voltar.

É difícil de entender e concordar, mas infelizmente não mandamos nisso. Tentar fingir que nada aconteceu é perder a guerra antes da batalha. A guerra criada ao fingir que nada sabe ou não se lembra de nada é de você contra você mesmo. NUNCA SAIRÁ vencedor, a não ser que você seja masoquista em alta escala.

O passado sim é importante, como são importantes todos os tombos, medos, receios e hematomas que ele nos deixa. Tudo é um aprendizado, basta saber viver com essas lembranças. Eu nem sei se consigo conviver com essas memórias da forma que digo aqui, mas as tentativas, em qualquer coisa que tentamos na vida, são nada mais do que o início da recuperação do espírito de alegria que mora no peito de cada um.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Rockstars and Cigarrettes

E o que restou nesse quarto?
Teu cheiro no ar,
meus desenhos espalhados no chão,
aquele mapa com o que queríamos fazer
e lembranças de tempos que não voltarão mais.

Agora tudo lá está sujo com cinzas de cigarros e manchas de álcool sobre os papéis.

Grand Canyon

Sabe aquela sensação chata de que te falta algo? As coisas perdem o sentido e você só tem a si mesmo? Eh coisinha chata. Você acorda pensando na hora dormir, e dorme querendo demorar a acordar. Viver por viver já é de sua natureza.
Paro para pensar em meus problemas, no que queria ser, ter e sentir. Tenho milhões de vontades, muitos anseios. Porém, acabo percebendo que meus anseios beiram a um pensamento adolescente, a sonhos utópicos de um cara que ainda não cresceu.
Não que isso signifique que sou totalmente imaturo, mas que não sou maduro o bastante para enfrentar certas coisas. É complicado ser seu maior critico. É complicado ter um amor avassalador a cada semana, uma paixão gigantesca a cada momento e ser mal sucedido em muitas. Passo os dias procurando formas para diminuir o vazio que sinto. Muitos diriam que estou reclamando por nada, pois existem pessoas que tem problemas infinitamente maiores do que os meus. Ok, isso é fato, mas só cada um sabe a intensidade e o peso de sua dor.
Meu pessimismo me atrapalha? Sim, me atrapalha. Meu individualismo me atrapalha? Sim, me atrapalha. Mas é esse “individualismo” que me blinda dos meus problemas. Mas o problema é que defino meu individualismo colocando que não ligo pra opinião de ninguém, que não estou ligando para o que os outros pensam de mim. Isso é uma mentira. E a pior delas, pois é aquela que contamos a nós mesmos, e acabamos acreditando nela. Eu vivo por saber o que os outros pensam de mim. Não é uma totalidade, mas existem pessoas que ditam minhas ações a partir da opinião delas sobre mim.
Seguindo pelo meu pessimismo, esse é difícil de ser quebrado. Há muito tempo não sou convencido de que estou errado. Não me existe prova do contrário. Eu já penso no pior, pois se der tudo certo, beleza. Se der tudo errado, já esperava.
Como dizia o mestre SARAMAGO: “ não sou pessimista. O meu mundo que é péssimo”.

domingo, 3 de julho de 2011

Porque eu não ouço o Pedro de 2009?


*Eu estava arrumando umas coisas velhas no meu quarto e então encontrei esse texto de 7/7/2009. Eu li ele e de cara vi que é exatamente o que estou tentando colocar na minha mente, nesses dias. Li e percebi que eu podia pegar um pouquinho desse Pedro de 2009 e fazer ele conversar com o Pedro de 2011.

Eu nunca soube guardar sentimentos. Que dizer, eu nunca tentou.  Mais por medo do que por qualquer outra coisa. Medo de deixar de senti-los, de me tornar um ser frio. Isso pode soar como algo uma bela bobagem, mas sou bem BOBO mesmo.

Ouço pessoas, me criticando e aconselhando, sobre eu me expor tanto, falando dos meus sentimentos. Aos que me criticam, seilá, que vocês tenham uma louça gigante para lavar. Aos que me aconselham, digo obrigado pela preocupação, mas vocês sabem o quanto preciso desabafar e chorar minhas pitangas. Eu sou isso.

Essa ideia de sentimentos nunca me foi clara, e talvez não seja para ninguém. As vezes eu não entendo como alguém pode ser tão idiota para colocar nome em um caderno e mais idiota ainda o chamando de “athos da vida”, sendo que esse animal não sabe nem entender o que é VIDA. Vai ver, o caso não é tanto entender, mas sim saber viver os sentimentos e sentir a vida.

Meus últimos 3 acontecimentos fizeram eu aprender demais a lidar com a vida e com o sentimentos. Ou vão me afundar (vai saber, né?). A ironia aumenta e o sentimento diminui consideravelmente. Eu, antes de parar para pensar, sentia muita raiva dessas 3 pessoas, mas hoje estou anestesiado frente a elas. Eu percebo a cada dia que quando colocamos uma pessoa em um pedestal, sem saber se ela realmente merece aquele lugar, é um total “suicídio sentimental”.

Mas ai surge outra questão: “COMO É QUE EU VOU TER CERTEZA QUE A SANTA CRIATURA MERECE UM ALTAR NO MEU QUARTO?”. Velho,  é tudo obra do tempo de da calma. Nunca gostei desses termos. Para falar a verdade mesmo, eu odeio esse tempo e calma. Mas cada vez mais vejo que quando tentamos ultrapassa-los na estrada da vida, quando tentamos dar uma de DEUS DO TEMPO, somos atropelados logo a frente por eles. Não que devemos ficar parados, cheios de dramas, nos tornarmos pessoas frias e tal. Devemos ser racionais. Mas né, as vezes esse coração bandido e mal educado por nós, falam mais alto e a gente esquece tudo o que esse magrelo tanto escreve em uns pedaços de folha, em um caderninho que é quase um forte.

“A racionalidade nunca foi sinônimo de desmerecimento e nem motivo para pisar nos sentimentos dos outros. O nome disso é ignorância, ranço e declaração de BABACA e IDIOTA”.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A convivência cobra seu preço

Acordei de uma forma diferente nessa manhã de sol em PoA. Passei um tempo feliz até quando rolava enchente, mas me vi mal hoje por causa desse dia ensolarado que, ainda agora à tarde, impera no céu porto-alegrense.

Sabe que eu realmente achei que havia encontrado a felicidade, que finalmente havia descoberto que atrás desses olhos tristes existia um resquício de esperança. Sim, acreditei por um pequeno espaço de tempo nisso. Não culpo ninguém por isso, até porque houve mais imaginações da minha cabeça do que coisas completas. Aquele termo que eu usava... ATROPELAMENTO é o mais claro e explicativo. Eu achava que havia sido atropelado por um sentimento de felicidade tão impar, que jamais havia o sentido. É claro que em meus 20 anos de idade eu já vivi momentos felizes, mas nessa potência NÃO.

Mas eu estava enganado no sentido desse atropelamento. Eu fui atropelado por mim. Cometi o erro da pressa, de não perceber que a minha vibe nunca havia chegado perto da outra pessoa. SEMPRE A FRENTE, SEMPRE A FRENTE eu estive. Cometi o erro, que para mim foi o mais forte: Eu esqueci que devemos pensar e agir com as nossas cabeças.

Eu resolvi, por conta e risco, passar a pensar e agir a partir do que o coração ditava. O coração só serve para bombear e limpar o sangue. Quando damos a ele a função de nos guiar a partir de um sentimento, trocamos as bolas, perdemos a consciência, tropeçamos nas próprias pernas e, inevitavelmente, caímos.

Agora, volto à estaca zero, pensando novamente em besteiras que não me levam a nada. Besteiras que me remetem a um passado distante, que não ouso e sei que eu não quero lembrar.

Mesmo Que Você Não Entenda

doyoulike?

Composição : Érico Junqueira

Olhe pra você:
Tão orgulhosa por sentir-se sempre tão certa de tudo,
De manter sempre todas as coisas sob controle.
Olhe pra você:
Já não sabe mais se consegue entregar seu coração.

Eu não queria estar no seu lugar
Deixei pra trás o tempo em que eu fui assim

Tento entender
Como você pode não sentir
Falta de um abraço quente quando as luzes caem
E o mundo todo parece estar sobre seu peito
Antes de dormir... Antes de dormir...

Nem todos os problemas do mundo vão te distrair
E nem te afastar de estar só
E quando você se sentir assim...

(uhhhh... uhhhhh...)

E quando você se sentir assim...

Me abraça forte quando a noite vir,
Eu não quero estar sozinho quando amanhecer
E mesmo que você não entenda,
Eu vou estar aqui pra te proteger...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Coleciono uma porção de olhares (...)

 Sei que falei que iria mudar o estilo dos textos aqui no athos e que o tempo de dedicação a ele diminuiria por causa da faculdade, mas hoje acordei cedo, motivado pelo ato heroico de chegar aos 20 anos vivo. Talvez você não entenda, mas para mim faz todo o sentido.
Não queria falar sobre minha atual situação psicológica, mas como se percebe na estrutura dos textos aqui, não faço planejamento do que escrever e coloco o que vem na minha cabeça noo momento. Sabendo disso, sei que essa nova condição de vida vai guiar esse texto de alguma forma.
Vamos àbagaça, até porque você já deve estar de “saco cheio” dessas explicações que só fazem sentido para mim. Acordei hoje espantado com o fato de estar completando duas décadas. Tenho a sensação da chegada aos 20 marca em mim como uma nova era na minha vida. Uma troca de fases, ares, pensamentos e lugares. Não um lugar físico, mas sim de ideias. Pode ser complicado se comparar com meus últimos um milhão de textos, mas tudo mudou desde aquela quarta feira chuvosa de maio.
Espantei-me com os 20 anos, pois vivi muito, fiz bastante besteira, me arrependo de quase nada e sei que vou errar mais e mais. Só que não vivi tanto quanto muita gente acha. Acho que desses 20, perdi uns 7 me debulhando em choros inocentes, esquecendo que a vida é nada mais, nada menos do que um sistema. Vou tentar ilustrar de uma maneira bem idiótinha, como são todos os meus exemplos. Você lembra aquele jogo” vai-e-vem”, em que é uma corda e uma garrafa? Fica uma pessoa de cada lado da corda equando uma dela abre os braços, a garrafa vai para longe. Sim, a vida é assim. Passei bastante tempo abrindo meus braços para a vida, esperando que as coisas viessem para mim, enquanto não percebia que as afastava mais e mais.
E no momento que larguei o jogo de “viver”, perdendo a vontade de entender o jogo, fui atropelado pela coisa mais linda, com os olhos mais belos que já tivera visto em todos esses até então 19 anos e alguns, quase todos, meses. Engraçado é que tudo aconteceu em um 11 de maio. Onze é meu número da sorte e maio, ah!,Eu sempre reclamei de maio.
Minha cabeça mudou de uma forma impossível de imaginar se vista do Pedro de Abril de 2011 para o Pedro de Maio de 2011. As ideias, perspectivas de vida, opiniões, etc., tudo mudou. Só resta saber se ela me mudou, se a situação me mudou, ou me adaptei a tudo isso. Sou o mestre da teoria infundada, então vou lançar a minha, que você pode acreditar ou não: Acho que é um “mix” das três.
Vivi com decepções, dores, tristezas, tombos, tropeços e (quase) tudo de pior que possa acontecer com um adolescente de classe média, porto alegrense, gremista e seilá o que mais. Mas parando para pensar, se eu vivi tudo isso, só para encontrar essa menina de gênio difícil, de cabelos de cor diferente do padrão, com piercings, tatuagens, com seus medos e dúvidas, porém tão linda e doce, mesmo que tentando de todas as formas esconder essa doçura, em uma forma de defesa que é compreensível, posso dizer com todas as letras, em caixa alta: P-O-R T-E-R E-N-C-O-N-T-R-A-D-O E-L-A, V-A-L-E-U C-A-D-A T-O-M-B-O!
Escrevendo esse texto, me vieram duas músicas. Uma é a “coleção”, da doyoulike. A música fala sobre tudo que o ser recolheu e colecionou em toda a vida. As mudanças que teve, o como se adaptou as situações, e as lembranças do passado e como ele influencia na sua atual situação de vida. Eu me identifico demais com essa canção, e fico balançado cada vez que a ouço.
A outra canção é a “Valeu a pena esperar”, da D’Skema Novo, onde meu querido primo André era vocalista. Pra quem não sabe, perdemos ele em janeiro de 2008. Com toda a certeza, foi a maior perda que tive em toda a vida. Mas felizmente ele deixou para os que o tinham com carinho e amor, sua voz. A letra também faz um grande sentido para mim, frente a minha cabeça hoje.
Sem mais rodeios, termino aqui mais um textos. Porém, termino este de uma forma especial. Fecho a janela do word com a cabeça erguida, um sorriso sincero no rosto e uma alegria que nem o maior dos literatas poderia definir na mais bela das obras, no mais belo dos versos.
“ Foi tão bom ouvir a sua voz dizer que quer seguir comigo, o caminho do incerto e que não que saber se vai estar tudo bem, ou se vai dar tudo certo. Eu não posso garantir que vamos estar juntos sempre, mais eu sei em quem eu posso confiar. Serão tempos difíceis, mas sabemos, que teremos ao menos nós mesmos”. (GAROTOS PERDIDOS, DOYOULIKE?)

Coleção

doyoulike?

Se um dia nada mais te tocar,
jogue fora seus livros e o que mais encontrar
Escondido no armário,
embaixo dos seus moletons,
entre frases musicadas,
solfejos e semitons.
Coleciono uma porção de olhares
e alguns toques em minhas mãos
O silêncio na hora certa
e alguns remédios para a solidão.
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Na estante eu coloquei mais livros
e alguns móveis mudei de lugar...
Não que não faça mais sentido,
só resolvi deixar pra lá
Algumas cartas, amigos perdidos
e alguns olhares que não vão voltar.
Não que não faça mais sentido,
só resolvi deixar pra lá
Alguns abraços, corações partídos
e alguns costumes que não vou guardar.
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Que eu não ouso cantar.Se um dia nada mais te tocar...



Valeu a pena esperar - D'skema Novo

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mudança de planos

Muita coisa mudou desde o último post. Também não é por isso que estou aqui. Passei a semana relendo os textos e vi o quão venho me expondo, tornando público os meus problemas e reclames. Fazendo isso, estou construindo uma imagem que não é a minha.
Não passo 24 horas do dia reclamando, com a cara fechada e de mal com o mundo. Tenho meus “bad times”, mas isso não chega a 10% do meu dia.

Por isso e por outras coisas, resolvi voltar à idéia inicial do blog, que é formar histórias com coisas que vi, vivi ou invento. Conseguia dessa forma, expor com melhor claridade e coerência o que quero dizer. Se ler as primeiras histórias, talvez você nem abra mais o blog, mas o esforço na melhora será grande.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

MAIO, o mês da confusão

Três semanas para meu aniversário. Quem conhece bem esse que lhes escreve, sabe como é o mês de maio para mim. Sabe aquela coisa de ano novo. Planejar o próximo ano, medir suas atitudes, fazer promessas etc. Eu faço tudo isso, mas no meu aniversário, até porque é o meu ano novo.

Aí, né meu amigo Charlie Brown, tem muita coisa que nos deixa feliz, quando olhamos para trás. Porém, ah, porém, sempre tem coisas ruins. E são essas que nos machucam. E como eu já tenho uma leve tendência a elevar as coisas à quinta potencia, a situação piora. E PIORA freneticamente.

Eu tenho certeza absoluta que quem ler esse texto aqui, ou já terá desistido no primeiro parágrafo, ou ao final do post estará com mil conselhos na cabeça. Dirá para valorizar o que há de bom e não se abalar com o que de mal acontece. Mas eu tento isso, ou você imagina que eu adoraria estar mal, semana após semana, dia após dia, lutando contra eu mesmo, contra algo que não posso ver ou pegar. É triste demais.

Aí pra completar, agora eu tô muito confuso com algumas coisas. Sabe quando você está tão perdido, com um furacão na cabeça, onde todos os teu pensamentos vão de um lado a outros, onde teu chão já foi embora e você só flutua, por um mundo escuro e estranho? Contextualizando, eu não sei se estou a fim de uma pessoa. Tipo, eu não sei se estou gostando ou se é medo do meu aloniosmo mesmo. Ai eu fico bolando coisas na minha cachola, imaginado se aquilo que tenho por ela é recíproco ou não, e a dúvida me mata.

Só vou conseguir acabar com essa angústia quando tomar a coragem de revelar isso, ou quando for atropelado por ela.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

No me mientas, POR FAVOR

(...) O que mais desmotiva é essa mania de tentar fugir das próprias idéias. A gente passa um grande tempo, tendo algumas idéias de vida, erradas ou certas, corretas ou furadas, mas visões de vida.

Estas idéias te deixam triste e descrente de tudo. Para resolver isso, esquece de tudo e passa a creditar na vida, que tudo é possível a partir da sua força. Passa a ser otimista, a acordar todos os dias com o peito estufado pela esperança de um bom dia.

As semanas se vão e você percebe que a vida que tu tentavas erroneamente desenhar era a coisa mais utópica e irreal da história da vida contemporânea. Começar a acreditar que não se consegue nada sozinho, que quando se está feliz, atraímos a felicidade. MENTIRA! Felicidade é questão de sorte. Ela vem quando bem quer e desaparece quando entende que deve sumir.

A solidão é subestimada. Passar a querer sentir algo por alguém NUNCA me trouxe felicidade. A não ser essa tola alegria que desaparece como o vento. Vai ver que eu devo estar vendo algo errado, ou melhor, não vendo.  Posso estar errado, mas ainda não acho pistas que me façam pensar o contrário, de que felicidade seja produto não de sorte ou do acaso, mas sim do querer ser feliz.

Só vejo que minha busca por essa alegria me causa um efeito contrário, de tristeza. Sinceramente, eu preferiria ficar com esse peito vazio do que inflado com o ar da tristeza e da angústia.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tento com todas as forças ser mais otimista

Tem dias que nós ficamos perdidos. O dia que nascia azul parece ficar cada vez mais cinza. Aquela felicidade que morava no teu peito se transforma em nada, tornando teu peito, vazio.

Essa busca pela sorte na vida mina qualquer cidadão. A angústia invade a alma, matando pouco a pouco a alegria que morava naqueles olhos que felizes eram.

É difícil de entender como a busca pela felicidade pode ter como retorno seu total inverso. Decepções e pedras no caminho são esperadas. Porém existem pessoas que não conseguem lidar com perdas.

Você passa a vida buscando a felicidade e o amor, e acaba recebido com pedras e gracinhas. Viver a vida, o que será realmente é isso? Sair, beber até não saber o seu nome, passar 4 ou 5 horas feliz e depois: “Tá faltando alguma coisa”.

Eu não sei se vivo a vida. Faço isso de beber para esquecer e passo a lembrar mais e mais das coisas. Falta algo que não sei o que é. Não sei bem nem se é o que eu realmente procuro a certa solução dos meus problemas e reclames.

Sou o ponto de interrogação humano. Tenho dúvidas em tudo. A única coisa em que tinha certeza, que era a de que a minha busca pela felicidade seria a minha solução das mini-depressões que me atormentam dia após dia, hoje é a maior de minhas dúvidas.

Eu, que me julgo bipolar, agora tenho certeza. A cada dia tenho perspectivas diferentes da vida, fazendo com que minhas idéias se percam como uma folha de papel ao vento.

A esperança é a última que morre. Porém, não é imortal.

(DESCULPE PELOS PENSAMENTOS SOLTOS. ERAM TANTAS IDEIAS SOLTAS QUE NÃO CONSEGUIRIA AGRUPÁ-LAS EM UM TEXTO DECENTE, NEM EM UM MILHÃO DE ANOS.)

domingo, 1 de maio de 2011

Reclamações exageradas fazem parte do passado

Será que é desrespeitosa a nossa insatisfação com algumas coisas da vida? Fiquei pensando isso nessa semana. Dá para perceber de cara que o caminho que tenho trilhado no último mês é bem diferente do que antes. Antes meus textos eram deprês de mais. Eu expunha coisas que não traziam nada a ninguém. E esse nunca foi meu objetivo. Agora, eu vejo que os textos tentam (eu acho!) expor uma ideia mais positivista. Porém, ainda restam as reclamações de sempre. Não tão acentuadas como antigamente, mas ainda existem.

O ser humano é um animal (sim, somos animais) em constante desaprovação com a vida. Nunca estaremos em plena concordância com o que temos. É bem aquela história: Você dá a mão e já querem o teu braço. Mas seguindo o cheiro da pipoca, eu fiquei pensando se não era chato ficar reclamando do que não tem. De tanto nós reclamarmos do que não temos, esquecemos-nos de algo muito importante: O QUE TEMOS.

Por exemplo: Eu sempre fui um cara com poucos amigos. Mais por causa de mim do que dos outros. Muito disso se dá por eu exaltar ser um cara rancoroso, individualista e negativo. Mudei, não penso e nem sou mais assim, porém a imagem de negativista ainda perdura. Fico reclamando por não ser ter aquele monte de amigos, pra encher a casa no “find” e tal. Mas “pô”, olha quanta gente boa eu tenho perto. Conheci nesse um ano de faculdade tanta gente legal. Eu que nunca consegui dizer um troço desses, mas conheci uma dupla que posso chamar de irmão naturalmente e sei que estas duas pessoas me chamariam disso também.

Fico com uma sensação ruim no peito de reclamar do que não tenho. Caraca, eu tenho saúde, um trabalho, muita gente boa do lado e estou estudando o curso que sonhei desde piá. Pouca gente sabe que quase não o fiz por falta de grana. Não é um troço barato. O pessoal aqui recém acabara de terminar de pagar os sete anos de curso da minha irmã e eu já estava entrando com outro, bem mais caro. Lutei, estudei e me esforcei. Graças ao meu esforço consegui a bolsa de estudos que me deu a possibilidade de estudar o que eu queria.

Ai como que um sujeito que tem tudo isso, pode ter a cara de pau (Estou exagerando um pouco no cara de pau, mas exagero é meu nome do meio) de reclamar de algo. É claro que minha vida não é completa. Nem a de ninguém é. Mas a única coisa que temos que fazer é agradecer pelo que temos, lutar para manter o que é nosso e brigar pelo que não temos e queremos. Essa é a forma exclusiva de conseguir atingir seus objetivos. Os nossos braços cruzados simbolizam que estamos atados pela falta de coragem de colocar a cara a tapa.

Eu já disse que nós não precisamos apanhar para aprender. Mas tomar umas surras é bem educativo na vida. Porém, reclamar de longe, ficar cheio de “mimimi” pelos cantos é a pior surra de todas: Você apanha, se machuca e não aprende nada.

Então, lute com garra pelo que você quer. Use o que tem como arma e incentivo.  Existem coisas que só você pode fazer por si. Mas saiba que sempre existirá, não importa quem, SEMPRE haverá alguém que estará torcendo por você, que mesmo no momento mais critico estará contigo para te apoiar e estimular na tua luta.

Muito obrigado às pessoas que me incentivam nas minhas.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

É tudo improviso


Chovia forte naquela quinta-feira à noite. Aquele tempo frio e chuvoso enlouquecia Athos. Seus pensamentos surgiam à cabeça como a chuva caia do céu. Uma overdose de sentimentos, dúvidas, questionamentos e um pouco de Teoria da Conspiração invidiam a imaginação do garoto.

Entrava em transe tentando resolver seus problemas. Perdia seu sono, escasso sono, tentando concluir o “inconcluível”, diagnosticando o que não havia o que diagnosticar. Noites em claro passava, acordando de madrugada, para jogar suas magoas em álcool e nicotina.

Athos que julgava seus problemas eram maiores que sua própria existência ou julgava sua existência menor do que qualquer outra coisa. Perdia seu tempo com choramingo, reclamações e decepções. Mas, o que ele fazia de não mental para sanar com tudo aquilo?

Pensar que tudo está ruim, que nada não dá certo, cruzar os braços e somente imaginar como seria bom se tudo estivesse no caminho que você deseja é a razão maior do seu sofrimento. 

O responsável por sua vida por você. Tem de vir de você a ação de jogar toda a sua passividade frente aos problemas para o alto, recolher o que te resta de bom e agir para a melhora das coisas. O Exercito de extermínio da sua dor é você e você mesmo. 

A única coisa que os outros podem fazer por você é bater no seu ombro e dizer: “A vida é assim mesmo”. 

Tenha sempre a certeza de uma coisa: A vida não é assim. Não existe roteiro pra vida. Tudo é improviso, pois ninguém nasce com a derrota gravada na testa. Ela vai estar lá se for o seu desejo. E só seu.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Confusão mental 3.0


Mais uma vez passo a noite acordado;
Seus grandes olhos pretos não saem da minha mente;
Essas lembranças de ti me castram profundamente.

Não posso te querem, pois não posso te ter;
Mas seu nome, seu olhar e seu cheiro insistem em me perseguir.

Me persegues quando acordo, quando como, quando penso, quando respiro e quando durmo;
Vivo por alguém que alguém que não tem a mínima noção da importância que esta tem para mim.

Consigo ver um pedaço de ti em cada pessoa na rua, tudo me lembra você;
O mais incrível é que em vez de ser tornar alguém normal, torna-se, a cada dia, mais impar para mim.

Só é incomodo tudo isso, por esse amor me faz doer. Amor é para dois..
De impar nessa história, só pode haver o que sinto por você e o que espero que sintas por mim.

domingo, 17 de abril de 2011

Destinos e Coincidência: Eles existem juntos, ou somente um é real?


A vida é feitas de pequenos momentos. Uma decisão, ação ou ato tomado hoje pode influenciar e guiar sua vida nos próximos 10 ou 15 anos. Quiçá, sua vida toda.

Às vezes você não percebe, não tem ideia de que aquela mísera ida à padaria pode mudar a tua vida. Um infinito leque de acontecimentos estão em jogo em uma pequena ação. Você pode está caminhando até a padaria, atravessar a rua e ser atropelado. Pode chegar a padaria, e conhecer a pessoa com quem você passará a vida junto.

Existem mil exemplos para coisas assim. No atentado de 11 de setembro de 2001, vieram a tona muitas histórias de pessoas que deveriam estar no World Trade Center no momento do choque do avião com o prédio. Mas uma delas me impressionou, ou me guia de alguma forma pra escrever esse texto.
È a história de um homem que trabalhava em um escritório de advocacia, no WTC. Ele chegava todos os dias às 8h30 da manhã no prédio. Na semana do dia 11, ele estava usando seu novo sapato pela primeira vez. Naquele dia 11 ele viu que o sapata tinha lhe causado uma bolha, então, antes do trabalho, passaria em uma farmácia para comprar um band-aid.

Foi a uma farmácia próxima do WTC e por haver uma pequena fila no local, atrasou-se um pouco. Ao sair da farmácia, olhou para o prédio e naquele momento a primeira aeronave se chocava com o prédio.
Interessante não. Mas é a partir daí que mora o motivo do texto. Isso estava escrito para acontecer? Mas frente a isso, onde mora o destino e a coincidência? Foi coincidência ou destino que, naquela manhã, fez um baind-aid salvar a vida de uma pessoa?

Eu, erroneamente ou não, não acredito em destino. Porque? Vamos colocar como exemplo as pessoas que estavam naquele avião: haviam 92 pessoas na aeronave. Colocando que o destino diria era a hora de morrer de um daqueles passageiros. Os outros 91, que não “estavam marcados para morrer” iriam perder a vida por causa de um. Pode ser um exemplo idiota, mas é a única ideia que tive sobre destino até hoje que ninguém conseguiu derrubar.

Minha crença é na coincidência. Você tropeçar em alguém, dentro de um ônibus, e sem graça pede mil desculpas. Vocês dois começam a conversar e de repente os dois percebem que tem muito em comum.

Isso não é destino, é coincidência. Destino não pode existir quando nos temos o Livre Arbítrio.  

Então, não espere que as coisas aconteçam para você. Faça com que elas aconteçam. Não seja escravo do tempo, seja o senhor dele. Busque a alegria a todo momento. Busque conhecimento, é a única coisa que não podem tirar de você. Acorde pela manhã e veja como você é feliz pelo que tem. Ser triste pelo que não tem, não vai te dar nada, só angústia.

Deve ser muito estranho eu, o dramático da jogada, dizer algo assim. Mas é bom, vezes criar algumas teorias. Você pode não usá-las, porém, alguém usando-as, já vale a pena.

terça-feira, 12 de abril de 2011

“Ninguém é feliz por completo. Nada é completo. Toda a unanimidade é boba”


Parei um pouco para re-pensar sobre o que eu escrevo aqui. Essa história de largar o blog, ou não largá-lo, ficou girando e girando na minha cabeça. Eu sempre disse que esse é o espaço para eu jogar todos os meus problemas e assim buscar acabar com eles, ou ao menos os diminuir. Vou ser óbvio, talvez, ao dizer que este local não vem ajudando como ajudava antes.

Essa coisa de transformar meus problemas vem de 2007, quando eu fazia todos os meus desabafos em qualquer pedaço de papel que eu encontrava. Antes, no inicio da movimentação, eu conseguia melhorar as coisas. Mas eu era só um adolescente. Meus problemas eram outros... e bem menores.

Fui dar uma olhada nos poucos textos que ainda guardo dos meus 15, 16 anos e os meus atuais textos do blog. A cada três textos, um deles fala sobre amor. Mas eu realmente não sei o que é isso. Não estou falando na temática dramática que tanto faço durante meus textos, mas sim que todas as idealizações sobre amor já caíram por terra bem na minha frente.

Eu não sou o cara mais habilitado para falar com isso, já que me apresento como rancoroso. Tenho tentado levar as coisas no “rale-se”. Ok, mas não é esse o assunto agora.

Eu não sei se é desconhecimento ou falta de proeza no trato da coisa, pois eu não sei amar. Escolher a pessoa errada, quebrar a cara, tomar os famosos balões, etc.: Isso é da vida. Só não dá pra escapar de duas coisas na vida: do chifre e da morte, e com certeza só falta a você que esta lendo isso, morrer.

Mas meu problema é exagerar no erro. Fico com a idéia idiota na cabeça de que agente acerta errando varias vezes. ISSO NÃO existe. Você não precisa tomar 500 choques para aprender que não deve colocar o dedo na tomada, então porque eu tenho que passar por uma série de desilusões para  chegar a algo bom.

Sei que esses meus textos extremamente dramáticos soam como um chororô adolescente de um adulto que ainda não cresceu, mas só quem tem algo que tira o sono sabe o peso que isso tem.

Sim, perco sono com isso, e com mais um monte de coisas. Essa coisa de ser insone é mais antiga que esses meus “nhénhénhés”. Eu não sei lidar com uma infinidade de coisas.

Para finalizar, eu me exponho de maneira, na maioria das vezes, ridícula, contando essas coisas fúteis aos olhos dos outros pois é assim que eu imagino encontrar a solução dos meus dramas. E todo mundo tem dramas. A diferença entre eu e os outros é que eu coloco em um blog, e os outros, por infinitos motivos, guardam nas suas cabeças.



PS: Obrigado à você que me disse para continuar com esse espaço. É sinal que você lê o que coloco aqui, e o mais importante: Que você gosta do que escrevo. Coimo um cara que gosto de escrever, alguém virar para ti e dizer que “curtiu o que tu escreveu, é mágico. MUITO OBRIGADO!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Por que esse medo de amar?

O grande medo de amar, por alguns, é tão grande quanto o medo de não ser amado. Na realidade, acredito que por trás do medo de amar está o medo maior de sofrer, de ser rejeitado, ou mesmo abandonado. Mas essa atitude nos leva a equação: “ O medo de não sermos amados nos impede de amar?”. Neste mundo MODERNO muitas pessoas se sentem envergonhadas de amar, como se fosse algo ridículo e bobo. Mas somos seres nascidos para o amor e, no entanto, tentamos negar nossa própria essência.

Todo mundo que ama está sujeito a passar por maus momentos por causa de uma separação. Não importa quem tomou a iniciativa, o fato é que não existe separação sem dor. Um sofrimento difícil de ser explicado, compreendido e, principalmente, sentido. Com a alma e o coração partidos, as feridas emocionais arranham a autoestima e o amor-próprio. A raiva e a tristeza se apoderam da nossa vida e nos enfraquecem, destroem nossos sonhos, devoram o nosso entusiasmo e paralisam a nossa vida.

Acima de tudo, é preciso manter a fé, pois pior do que passar por isso é sonegar emoção, é evitar o risco e o compromisso, escondendo-se atrás das grades da razão.

Talvez, HOJE, seja o dia propício para fazer uma pausa e pensar: “Será que alguma experiência dolorosa do passado continua exercendo influência sobre meu jeito de amar e sobre a profundidade de meus relacionamentos?”.



Medo De Amar Jeito Moleque
Você bem quis entender

mas eu não soube explicar
Nem mesmo eu sei dizer

Não gosto nem de lembrar
Você bem quis entender
mas eu não soube explicar
Nem mesmo eu sei dizer
Não gosto nem de lembrar


Yeahh eu tive medo
De ver meu coração amar assim tão cedo
Foi bobagem não falar 
É esse meu medo de Amar

Porque você não volta?
Se já falei o que passou
E o que quebrou a gente monta
Refaz a nossa história de amor

Porque você não volta?
Se já falei o que passou
E o que quebrou a gente monta

Refaz a nossa história de amor...

Refaz a nossa história de amor
Meu amor

Meu amor

Você bem quis entender
Mas eu não soube explicar
Nem mesmo eu sei dizer
Não gosto nem de lembrar
Você bem quis entender
Mas eu não soube explicar
Nem mesmo eu sei dizer
Não gosto nem de lembrar

É eu tive medo 
De ver meu coração amar assim tão cedo
Foi bobagem não falar 
É esse meu medo de amar

Porque você não volta?
Se já falei o que passou
E o que quebrou a gente monta
Refaz a nossa história de amor

Porque você não volta
Se já falei o que passou
E o que quebrou a gente monta
Refaz a nossa história de amor

Refaz a nossa história de amor
De amor.

meu amor........

domingo, 20 de março de 2011

Fotografias espalhadas no chão, sujas com borra de café


Duas horas da manhã, e ele ainda não havia sequer piscado os olhos. Sentado na cama, olhava suas fotos de criança, quando corria por ai, sem nada na cabeça, somente pensando no que iria brincar no outro dia.

Olhava aquelas fotos e percebia que em todas havia um olhar puro e um belo sorriso. Com o passar das fotos e do tempo, aquele olhar se transformava em triste e o sorriso não havia mais. Fechou aquela caixa, e percebeu que vê-las não o ajudou a melhorar, mas sim só o colocava em um mundo real, onde sua felicidade era algo utópico e distante no tempo.

Quatro horas e nada do sono chegar, e a jarra de café do seu lado poderia ser uma das causadoras da insônia. Começava a calcular, mal e porcamente o porque alguns sentem tanto as derrotas e outros passam por elas com menos dor.

Estava entrando em parafuso, estava tão confuso que já não sabia de onde partir e para onde ir nos seus pensamentos. Pensava em desistir de acreditar nas coisas e nas pessoas. Na sua concepção, sua crença nas coisas e no próximo eram as reais culpadas pela sua tristeza. Ele acreditava em tudo, imaginando que sem esse credo, estaria à beira da solidão. Mas, olhando bem, sua solidão estava lá, mesmo crendo.

Tentou por mil vezes sair, conversar com pessoas, tentando aparentar ser  feliz, que não era abatido por nada e por ninguém. Mas isso o fazia cada vez mais triste, pois não conseguia nem sequer ser ele mesmo.

Por anos ele teve medo deste momento, a hora em que olharia para os lados e conseguiria concluir que nada mais o restava. Lutou por muito tempo imaginar que havia solução para as coisas, que tudo melhoraria. Mas essa imaginação e ilusão só o fizeram cegar. Cegar para a vida, cegar que as pessoas nem sempre estão com você para te fazer feliz, mas sim para trazer a felicidade escrota delas, que é a de pisar nos outros.  Claro que isso não é a atitude dos todos. Os que não têm esse pensamento são aqueles que são chamados de babacas, por não trair e mentir.

Agora aquele garoto, cheio de sonhos de criança entendeu que algumas de suas decepções vêm lá da infância, onde imaginava que o mundo não fedia e que as pessoas tinham um pingo de humanidade. Sim, para algumas pessoas, é difícil ser humana.

Ele sabe, porém, que esta decisão de viver só com o seu eu, não procurando mais ombros para chorar, abraços apertados e toques em suas mão, pode acentuar sua dor. Mas, sem saber o que fazer, procurou a forma mais simples: MATAR A ÁRVORE QUE SE CHAMA SENTIMENTOS, A ARRANCANDO DO CHÃO E TIRANDO SUAS RAIZES.