terça-feira, 21 de agosto de 2012

Nem lembrava que eu tinha tantos dentes na boca


“O que aconteceu comigo? E isso no meu rosto? Será que é um sorriso? Ora, não sei. Não lembro como identificar tamanha raridade. Peraê! Eu tô lembrando. NOSSA GENTE, eu tô sorrindo mesmo”. Nossa, isso é muito estranho. É um sorriso natural. Tô a tanto tempo fingindo sorrisos que até esqueci que eles podem ser espontâneos.
                
Mas calma ai. Se isso na minha cara é um sorriso, ele deve ter algum motivo. Até porque ninguém é bobo o bastante pra ficar sorrindo por nada. Calma!!!!!! A não ser que... PERAÊ... Só existe um motivo para sair na rua sorrindo feito um bobão sem motivo. Será que é? Será que é? Será que é? Não pode. Algo assim não pode ter acontecido involuntariamente. Eu jurava que tinha o controle de tudo na minha cabeça. Eu jurava que tinha virado um ser racional. Como isso passou batido por mim? Deixe-me ver BEM isso.

Nunca na história desse país eu consegui lidar tão bem com o meu passado. Nunca na história desse país minha gastrite passou tanto tempo longe de mim. Nunca na história desse país eu tive tantas boas noites de sono. Mas isso não é motivo pra tanto sorriso. Só pode ser aquilo.


PEDRO, SAI DAÍ. SAI QUE É PERIGOSO. TU JÁ TE QUEBROU JOGANDO ESSE JOGO. CORRE SEU MAGRELO INÚTIL. COOOOOOOOORRRRRREEEEE!!!!!


É, da medo curtir alguém. E lidar com o medo também né? E tentar mentir pra si mesmo, dizendo que tem o controle, né? NOSSA, muita pergunta! MAS PERAÊ(Tõ muito curtindo parar meu texto abruptamente <3)! Porque eu tô querendo tudo com pressa. Porque eu tô tentando responder TUDO. CRISTO, o relógio gira do mesmo jeito.

Se eu queria resolver tudo agora??? NOSSA, é OBVIO! Não consigo ser mais direto que isso.

Mas eu já coloquei pressa na vida várias vezes, já me enchi de prazo mil vezes. Tropecei nos ponteiros. Sabe, acho que vou deixar tudo rolar ao natural. Natural feito esse sorriso torto, que surgiu numa manhã bonita de terça, e que eu espero que dure mais do que uma fase de lua ou o ciclo de uma estrela cadente.

(desculpem algum erro ou a qualidade do texto. Escrevi tudo isso quando o trem passava por Canoas e coloquei tudo que vinha a mente).

domingo, 5 de agosto de 2012

Lovers Are In Trouble

Estou longe da escrita e isso me preocupa. Utilizava a ela para resolver ou diminuir meus problemas, mas agora não consigo ter mais “liberdade” para escrever. Minha cabeça tem estado em completa tempestade nos últimos dias e tudo que eu penso e sinto fica travado no meu peito. Nada sai. Tento ao máximo esconder tudo aquilo em mim para evitar qualquer ferida. Não que eu esteja em pavorosa desgraça, muito pelo contrário. Estou em um momento, digamos que, interessante. Se eu tivesse um tato maior com isso de “sentimentos”, certamente não estaria aqui me questionando que passo dar, o que fazer agora, o que posso dizer, o que não posso, falo com ela ou não falo.

Eu insisto em sempre bater sempre na mesma tecla, tentar viver um sentimentalismo, sendo que eu nem sei fazer isso. Enquanto tiver medo de dizer o que acho, falar que gosto, falar o que quero, eu vou continuar rabiscando em papeis, fazendo desenhos, planejando mapas na minha cabeça ou ouvindo 200 vezes a mesma música, concluindo somente que eu não posso acreditar que romances podem se tornar algo real. Devo somente ler alguns livros melodramáticos e imaginar se algum dia isso poderá se tornar por completo algo concreto pra mim.

"Lovers are in trouble and these troubles have no end". - Beeshop

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Será aquilo uma luz mesmo?


Tenho acordado diferente nas últimas manhãs. Um misto de alegria e uma enxurrada de esperança vêm tomando meus antes sombrios tempos. Vem surgindo um sorriso envergonhado e simples, que eu nem lembrava que havia em mim. Há muito tempo não me sentia assim.
Ai então nós chegamos ao seguinte ponto. Eu, na verdade, me lembro perfeitamente da última vez que me senti assim. Mas diferente de outros tempos, não sofro mais de insônia por me lembrar daquele tempo. O tempo cuidou minhas feridas, fez com que elas cicatrizassem e me deu a oportunidade de cobri-las com algo novo.
Culpei-me por muito tempo por coisas que me ocorreram no passado. Culpava-me e me autopunia. Sofri meses e meses por coisas que eu não deveria sofrer, afinal, tudo aquilo foi o meu maior ensinamento. Nunca tirei tantas lições com algo como com todos aqueles longos meses de sofrimento.
Chorei, chorei, chorei. Chorei até que as lagrimas acabassem e meu coração doesse. Senti meu peito seco, me tornei frio, rude e intolerante. Mas as lagrimas secaram. Tive que então resgatar aquele sorriso confuso para novamente hidratar a alma com algo bom.
Comecei a ver a vida de outra forma. Trazer outras prioridades, enfrentando os problemas de acordo com o tamanho deles. Precisei caminhar no escuro para encontrar a luz. Agora, no meio desse túnel escuro e perigoso, acho que vejo lá no finalzinho, um pequeno filete de luz.
Sei o caminho que devo seguir até lá, e sem medo, estou pronto para enfrentar tudo que encontrar até a chegada à Luz.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Calculadoras, Caminhões e Mendigos Ladrões de Banquinhos


Mais um final de tarde na Cidade Cinza. Vago pela mesma rua de sempre, fugindo do vento que não me deixa acender meu cigarro. Passo no mesmo boteco e pego minha cerveja. Desta vez nem quis ouvir os pedidos do dono do bar para que eu apagasse o cigarro. Peguei a bebida e atirei várias moedas sobre o caixa, sem nem esperar que o patife conferisse se o dinheiro estava correto ou se eu teria troco. Voltei para rua e vi que meu velho banco estava ocupado por um mendigo. Achei melhor deixar o pobre desgraçado lá e fui à busca de outra praça. Encontrei uma perto e ali me estabeleci.  Aquilo foi um alívio para minha já castigada coluna, por mais que eu nem tenha bem passado dos 20 anos.
                Por mais cinzento que estivesse o céu, foi possível enxergar o pôr do sol. Fiquei ali sentado, eu, meu cigarro, minha cerveja (que já estava quente) e meu velho caderno. Observando os carros, as pessoas e aquelas imundas pombas, pensei sobre o caminhar das coisas na vida. Calculei o preço de viver, subtraindo todo o revés que ela traz, somando todas as “dádivas” que surgem do nada (mais obra da desatenção do azar do que de uma possível sorte). Fazia e refazia as contas, sempre buscando um resultado positivo, por mais que a calculadora não compreendesse que poderia ser o momento de me ceder um valor acima de zero. Depois de vigésima segunda tentativa, chutei a tal calculadora para rua e um caminhão só terminou o serviço, a despedaçando da mesma forma que ela mesma faz com as esperanças de tranquilidade da minha cabeça.
                Peguei a garrafa de cerveja, já vazia e quebrei-a no banco, deixando ali uns míseros cacos, já que a coragem de fazer qualquer outro ato de rebeldia já se perderá desde aquele fatídico final de semana de agosto. Voltei minhas mãos para o bolso da calça, peguei o último cigarro e voltei para casa, com mais dúvidas, questionamentos, choramingo e tristeza do que a maldita hora que inventei de sair para comprar álcool e tomar um ar.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Conversas paralelas


Novo: Nada mais dá certo. Eu me incomodo demais com os outros. Não sei nada sobre sentimentos, não sei senti-los, não sei demonstra-los e não sei vive-los, e mesmo assim insisto em tentar entrar nessa onda de sentimentalismo. Não tenho mão pra isso. Eu desisto.

Velho:  Desiste, é? Mas desiste de quê? Desiste de fazer o que teu coração manda fazer. Isso é raro, meu filho. Pouca gente pensa como você. Infelizmente, para quem pensa como você, a vida é mais difícil, pois o mundo não foi feito para pessoas assim.

Novo: Mas porque tem que ser tão difícil? Eu vejo todo mundo ser feliz por ai. Dá uma volta nos shoppings, parques, praças, sei lá. Você encontrará milhões de pessoas tendo a felicidade que eu busco.

Velho: Tente se perguntar: “Será que essas pessoas que tem essa felicidade já não passaram pelos tombos que eu passo hoje?”. Cara, a vida é assim. Por mais que essa vida seja injusta, como você diz, é impossível só haver tristeza.

Novo: Eu acho que a gente não precisa apanhar tanto pra aprender. A cada tombo, eu acredito menos em mim, nas pessoas e em tudo mais.

Velho: Quando a gente coloca a mão na tomada, lá com os nossos dois ou três anos de idade, o que acontece? A gente vê que ali vamos nos machucar. Aprendemos uma lição. O choque que sofre não é para não tocarmos mais na tomada e sim que não é aquela a forma correta de mexer ou que não é a hora para aquilo. Tudo que te acontece hoje é um ensinamento para o que virá amanhã. Hoje você acha que nada disso vale, que é só um azar tremendo que vem te acompanhando, mas eu estou aqui te dizendo que não, isso é passageiro.

Novo: Mas quanto tempo eu vou ter que viver nessa de cair, levantar e cair de novo e não saber se levantarei?

Velho: Cara, nem eu, nem ninguém vai conseguir te responder isso. Por mais que todos tentem buscar essa questão, o tempo é o senhor disso.  A gente xinga o tempo por, na nossa visão, nos deixar sempre longe do que queremos, mas não percebemos que é ele que cura nossas feridas e nos ajuda a enxergar as coisas de outra forma, quando a poeira baixa.

Novo: Então somente o tempo vai poder me dar as coisas que eu quero?

Velho: Não é bem isso. O tempo é quem carregará até você o que quer, mas tu não pode ficar de braços cruzados. Não que tenha de ficar indo atrás da felicidade, mas sim que você deve estar pronto para recebe-la. É claro que isso é bem mais complexo do que a minha fala, mas eu penso dessa forma. Espero ter te ajudado.

Novo: Talvez esse meu pensamento ainda adolescente tranque um pouco a mensagem, mas acho que entendi.

Velho: Seria bem mais simples se a vida viesse com um manual de instruções, mas imagina como ia ser sem graça saber exatamente como proceder e acabar não tendo aqueles frios na barriga. Racionalidade é algo que pessoas como nós nunca conseguiremos atingir. E tenha isso como algo bom.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Exaustão mental

É complicado escrever sobre sentimentos quando não se sabe como entendê-los. Não que seja uma tarefa dificílima de ser feita, mas é de te levar a exaustão. Para mim se torna mais cansativo por simplesmente ser um ignorante em entender os sentimentos e não saber escrever direito. Tem gente que elogia, mas não sei até onde vai a amizade nesse ponto.

Porém esse cansaço chegou a um ponto crítico. Abatido pelo peso do raciocínio, passo a tentar não entender mais o que são essas coisas que tiram meu sono, minha vontade de sair de casa, de fazer a barba e de falar com os outros.

Lembro-me de como eu era em 2007. Esse ano sempre ficará marcado para mim como a pior época da minha vida. Mas passei a analisar mais de perto esse período. Em 2007 eu guiei toda minha vida somente em mim. Chegava a passar 3 ou 4 dias sem dizer uma palavra. Não ligava para nada, somente na minha existência.

Afastei tudo de mim para poder viver sozinho no meu mundo. Não sei o porquê, mais voltei a pensar como naquela época. Não de uma forma fiel, até porque eu tinha 16 anos e não tinha 10% do conhecimento de vida que tenho hoje, que também não é muito. Penso igual quando falo em não procurar mais nada em ninguém. Tentar viver minha vida com o que tenho e somente agregar a ela quem realmente queira estar inserida nela.

Mais uma vez me enxergo como um Adolescente Medroso. Mas antes um adolescente medroso, do que um medroso, assustado e batendo mais uma vez com a cara na parede. 

terça-feira, 19 de julho de 2011

A colônia Albanesa

Enquanto estou escrevendo aqui, deve estar chovendo em alguma colônia
de pescadores na Albânia. Não que isso seja algo ligado ao texto, ou
interessante, mas como eu não sei como começar um texto (e muitas
outras coisas que não falarei aqui, pois tem criança assistindo
-ahtri-) e como a gente costuma colocar a culpa no tempo pra tudo,
resolvi escrever isso para desviar minha total ignorância literária.

Penso que como na colônia de pescadores, no meu quarto tem chovido
bastante. Não que o sol esteja escondido, ele até aparece, mas aquela
nuvem negra e carregada sempre volta. A chuva vem de pensar demais nos
rumos que minha vida tem tomado e nos que eu queria que ela tomasse.
Não sou só eu que concluo que nossa vida sempre estará em confronto
direto com o que queríamos que ela nos proporcionasse? Sempre que me
vejo nessa posição, me defino como um “reclamão” velho, mas "EU NUNCA
ESTAREI 100% SATISFEITO COM MINHA VIDA".

Isso é terrível. Meus maiores arrependimentos (não fecham duas mãos)
são produtos da minha insatisfação com a vida. Sempre cobrando de quem
não devo, sempre mudando de idéia no meio do caminho e ferindo alguém,
sempre dramatizando e colocando a culpa em todos.

Resolvi achar a forma mais fácil e arriscada de me livrar da chuva:
Colocarei telhas grossas sobre meu quarto, onde nenhuma chuva avançará
meu telhado, deixando-me livre de limpar a sujeira após cada vendaval
que acontece naquela colônia de pescadores na Albânia.

domingo, 17 de julho de 2011

Passado


Ai, o passado! Quisera eu esquecê-lo, mas não seria prudente. Somos o resultado do nosso passado.

Dizer que devemos esquecer o passado é a forma mais rápida e menos eficaz de curar as feridas. Esquecer o passado faz a gente esquecer os nossos erros. Esquecer os nossos erros faz com que os cometemos novamente.

"Ai, não vamos deixar o passado sombrio minar com nossa vida. Vamos guardar isso em um lugar mais seguro e nunca mais procurar". Nããão !!!! É impossível guardar nosso passado em uma caixa e ter amnésia após isso. As nossas lembranças do passado nos perseguem a vida toda, a todo momento. A cada esquina, aquelas lembranças do passado te levarão até aquele lugar que não queria mais voltar.

É difícil de entender e concordar, mas infelizmente não mandamos nisso. Tentar fingir que nada aconteceu é perder a guerra antes da batalha. A guerra criada ao fingir que nada sabe ou não se lembra de nada é de você contra você mesmo. NUNCA SAIRÁ vencedor, a não ser que você seja masoquista em alta escala.

O passado sim é importante, como são importantes todos os tombos, medos, receios e hematomas que ele nos deixa. Tudo é um aprendizado, basta saber viver com essas lembranças. Eu nem sei se consigo conviver com essas memórias da forma que digo aqui, mas as tentativas, em qualquer coisa que tentamos na vida, são nada mais do que o início da recuperação do espírito de alegria que mora no peito de cada um.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Rockstars and Cigarrettes

E o que restou nesse quarto?
Teu cheiro no ar,
meus desenhos espalhados no chão,
aquele mapa com o que queríamos fazer
e lembranças de tempos que não voltarão mais.

Agora tudo lá está sujo com cinzas de cigarros e manchas de álcool sobre os papéis.

Grand Canyon

Sabe aquela sensação chata de que te falta algo? As coisas perdem o sentido e você só tem a si mesmo? Eh coisinha chata. Você acorda pensando na hora dormir, e dorme querendo demorar a acordar. Viver por viver já é de sua natureza.
Paro para pensar em meus problemas, no que queria ser, ter e sentir. Tenho milhões de vontades, muitos anseios. Porém, acabo percebendo que meus anseios beiram a um pensamento adolescente, a sonhos utópicos de um cara que ainda não cresceu.
Não que isso signifique que sou totalmente imaturo, mas que não sou maduro o bastante para enfrentar certas coisas. É complicado ser seu maior critico. É complicado ter um amor avassalador a cada semana, uma paixão gigantesca a cada momento e ser mal sucedido em muitas. Passo os dias procurando formas para diminuir o vazio que sinto. Muitos diriam que estou reclamando por nada, pois existem pessoas que tem problemas infinitamente maiores do que os meus. Ok, isso é fato, mas só cada um sabe a intensidade e o peso de sua dor.
Meu pessimismo me atrapalha? Sim, me atrapalha. Meu individualismo me atrapalha? Sim, me atrapalha. Mas é esse “individualismo” que me blinda dos meus problemas. Mas o problema é que defino meu individualismo colocando que não ligo pra opinião de ninguém, que não estou ligando para o que os outros pensam de mim. Isso é uma mentira. E a pior delas, pois é aquela que contamos a nós mesmos, e acabamos acreditando nela. Eu vivo por saber o que os outros pensam de mim. Não é uma totalidade, mas existem pessoas que ditam minhas ações a partir da opinião delas sobre mim.
Seguindo pelo meu pessimismo, esse é difícil de ser quebrado. Há muito tempo não sou convencido de que estou errado. Não me existe prova do contrário. Eu já penso no pior, pois se der tudo certo, beleza. Se der tudo errado, já esperava.
Como dizia o mestre SARAMAGO: “ não sou pessimista. O meu mundo que é péssimo”.

domingo, 3 de julho de 2011

Porque eu não ouço o Pedro de 2009?


*Eu estava arrumando umas coisas velhas no meu quarto e então encontrei esse texto de 7/7/2009. Eu li ele e de cara vi que é exatamente o que estou tentando colocar na minha mente, nesses dias. Li e percebi que eu podia pegar um pouquinho desse Pedro de 2009 e fazer ele conversar com o Pedro de 2011.

Eu nunca soube guardar sentimentos. Que dizer, eu nunca tentou.  Mais por medo do que por qualquer outra coisa. Medo de deixar de senti-los, de me tornar um ser frio. Isso pode soar como algo uma bela bobagem, mas sou bem BOBO mesmo.

Ouço pessoas, me criticando e aconselhando, sobre eu me expor tanto, falando dos meus sentimentos. Aos que me criticam, seilá, que vocês tenham uma louça gigante para lavar. Aos que me aconselham, digo obrigado pela preocupação, mas vocês sabem o quanto preciso desabafar e chorar minhas pitangas. Eu sou isso.

Essa ideia de sentimentos nunca me foi clara, e talvez não seja para ninguém. As vezes eu não entendo como alguém pode ser tão idiota para colocar nome em um caderno e mais idiota ainda o chamando de “athos da vida”, sendo que esse animal não sabe nem entender o que é VIDA. Vai ver, o caso não é tanto entender, mas sim saber viver os sentimentos e sentir a vida.

Meus últimos 3 acontecimentos fizeram eu aprender demais a lidar com a vida e com o sentimentos. Ou vão me afundar (vai saber, né?). A ironia aumenta e o sentimento diminui consideravelmente. Eu, antes de parar para pensar, sentia muita raiva dessas 3 pessoas, mas hoje estou anestesiado frente a elas. Eu percebo a cada dia que quando colocamos uma pessoa em um pedestal, sem saber se ela realmente merece aquele lugar, é um total “suicídio sentimental”.

Mas ai surge outra questão: “COMO É QUE EU VOU TER CERTEZA QUE A SANTA CRIATURA MERECE UM ALTAR NO MEU QUARTO?”. Velho,  é tudo obra do tempo de da calma. Nunca gostei desses termos. Para falar a verdade mesmo, eu odeio esse tempo e calma. Mas cada vez mais vejo que quando tentamos ultrapassa-los na estrada da vida, quando tentamos dar uma de DEUS DO TEMPO, somos atropelados logo a frente por eles. Não que devemos ficar parados, cheios de dramas, nos tornarmos pessoas frias e tal. Devemos ser racionais. Mas né, as vezes esse coração bandido e mal educado por nós, falam mais alto e a gente esquece tudo o que esse magrelo tanto escreve em uns pedaços de folha, em um caderninho que é quase um forte.

“A racionalidade nunca foi sinônimo de desmerecimento e nem motivo para pisar nos sentimentos dos outros. O nome disso é ignorância, ranço e declaração de BABACA e IDIOTA”.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A convivência cobra seu preço

Acordei de uma forma diferente nessa manhã de sol em PoA. Passei um tempo feliz até quando rolava enchente, mas me vi mal hoje por causa desse dia ensolarado que, ainda agora à tarde, impera no céu porto-alegrense.

Sabe que eu realmente achei que havia encontrado a felicidade, que finalmente havia descoberto que atrás desses olhos tristes existia um resquício de esperança. Sim, acreditei por um pequeno espaço de tempo nisso. Não culpo ninguém por isso, até porque houve mais imaginações da minha cabeça do que coisas completas. Aquele termo que eu usava... ATROPELAMENTO é o mais claro e explicativo. Eu achava que havia sido atropelado por um sentimento de felicidade tão impar, que jamais havia o sentido. É claro que em meus 20 anos de idade eu já vivi momentos felizes, mas nessa potência NÃO.

Mas eu estava enganado no sentido desse atropelamento. Eu fui atropelado por mim. Cometi o erro da pressa, de não perceber que a minha vibe nunca havia chegado perto da outra pessoa. SEMPRE A FRENTE, SEMPRE A FRENTE eu estive. Cometi o erro, que para mim foi o mais forte: Eu esqueci que devemos pensar e agir com as nossas cabeças.

Eu resolvi, por conta e risco, passar a pensar e agir a partir do que o coração ditava. O coração só serve para bombear e limpar o sangue. Quando damos a ele a função de nos guiar a partir de um sentimento, trocamos as bolas, perdemos a consciência, tropeçamos nas próprias pernas e, inevitavelmente, caímos.

Agora, volto à estaca zero, pensando novamente em besteiras que não me levam a nada. Besteiras que me remetem a um passado distante, que não ouso e sei que eu não quero lembrar.

Mesmo Que Você Não Entenda

doyoulike?

Composição : Érico Junqueira

Olhe pra você:
Tão orgulhosa por sentir-se sempre tão certa de tudo,
De manter sempre todas as coisas sob controle.
Olhe pra você:
Já não sabe mais se consegue entregar seu coração.

Eu não queria estar no seu lugar
Deixei pra trás o tempo em que eu fui assim

Tento entender
Como você pode não sentir
Falta de um abraço quente quando as luzes caem
E o mundo todo parece estar sobre seu peito
Antes de dormir... Antes de dormir...

Nem todos os problemas do mundo vão te distrair
E nem te afastar de estar só
E quando você se sentir assim...

(uhhhh... uhhhhh...)

E quando você se sentir assim...

Me abraça forte quando a noite vir,
Eu não quero estar sozinho quando amanhecer
E mesmo que você não entenda,
Eu vou estar aqui pra te proteger...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Coleciono uma porção de olhares (...)

 Sei que falei que iria mudar o estilo dos textos aqui no athos e que o tempo de dedicação a ele diminuiria por causa da faculdade, mas hoje acordei cedo, motivado pelo ato heroico de chegar aos 20 anos vivo. Talvez você não entenda, mas para mim faz todo o sentido.
Não queria falar sobre minha atual situação psicológica, mas como se percebe na estrutura dos textos aqui, não faço planejamento do que escrever e coloco o que vem na minha cabeça noo momento. Sabendo disso, sei que essa nova condição de vida vai guiar esse texto de alguma forma.
Vamos àbagaça, até porque você já deve estar de “saco cheio” dessas explicações que só fazem sentido para mim. Acordei hoje espantado com o fato de estar completando duas décadas. Tenho a sensação da chegada aos 20 marca em mim como uma nova era na minha vida. Uma troca de fases, ares, pensamentos e lugares. Não um lugar físico, mas sim de ideias. Pode ser complicado se comparar com meus últimos um milhão de textos, mas tudo mudou desde aquela quarta feira chuvosa de maio.
Espantei-me com os 20 anos, pois vivi muito, fiz bastante besteira, me arrependo de quase nada e sei que vou errar mais e mais. Só que não vivi tanto quanto muita gente acha. Acho que desses 20, perdi uns 7 me debulhando em choros inocentes, esquecendo que a vida é nada mais, nada menos do que um sistema. Vou tentar ilustrar de uma maneira bem idiótinha, como são todos os meus exemplos. Você lembra aquele jogo” vai-e-vem”, em que é uma corda e uma garrafa? Fica uma pessoa de cada lado da corda equando uma dela abre os braços, a garrafa vai para longe. Sim, a vida é assim. Passei bastante tempo abrindo meus braços para a vida, esperando que as coisas viessem para mim, enquanto não percebia que as afastava mais e mais.
E no momento que larguei o jogo de “viver”, perdendo a vontade de entender o jogo, fui atropelado pela coisa mais linda, com os olhos mais belos que já tivera visto em todos esses até então 19 anos e alguns, quase todos, meses. Engraçado é que tudo aconteceu em um 11 de maio. Onze é meu número da sorte e maio, ah!,Eu sempre reclamei de maio.
Minha cabeça mudou de uma forma impossível de imaginar se vista do Pedro de Abril de 2011 para o Pedro de Maio de 2011. As ideias, perspectivas de vida, opiniões, etc., tudo mudou. Só resta saber se ela me mudou, se a situação me mudou, ou me adaptei a tudo isso. Sou o mestre da teoria infundada, então vou lançar a minha, que você pode acreditar ou não: Acho que é um “mix” das três.
Vivi com decepções, dores, tristezas, tombos, tropeços e (quase) tudo de pior que possa acontecer com um adolescente de classe média, porto alegrense, gremista e seilá o que mais. Mas parando para pensar, se eu vivi tudo isso, só para encontrar essa menina de gênio difícil, de cabelos de cor diferente do padrão, com piercings, tatuagens, com seus medos e dúvidas, porém tão linda e doce, mesmo que tentando de todas as formas esconder essa doçura, em uma forma de defesa que é compreensível, posso dizer com todas as letras, em caixa alta: P-O-R T-E-R E-N-C-O-N-T-R-A-D-O E-L-A, V-A-L-E-U C-A-D-A T-O-M-B-O!
Escrevendo esse texto, me vieram duas músicas. Uma é a “coleção”, da doyoulike. A música fala sobre tudo que o ser recolheu e colecionou em toda a vida. As mudanças que teve, o como se adaptou as situações, e as lembranças do passado e como ele influencia na sua atual situação de vida. Eu me identifico demais com essa canção, e fico balançado cada vez que a ouço.
A outra canção é a “Valeu a pena esperar”, da D’Skema Novo, onde meu querido primo André era vocalista. Pra quem não sabe, perdemos ele em janeiro de 2008. Com toda a certeza, foi a maior perda que tive em toda a vida. Mas felizmente ele deixou para os que o tinham com carinho e amor, sua voz. A letra também faz um grande sentido para mim, frente a minha cabeça hoje.
Sem mais rodeios, termino aqui mais um textos. Porém, termino este de uma forma especial. Fecho a janela do word com a cabeça erguida, um sorriso sincero no rosto e uma alegria que nem o maior dos literatas poderia definir na mais bela das obras, no mais belo dos versos.
“ Foi tão bom ouvir a sua voz dizer que quer seguir comigo, o caminho do incerto e que não que saber se vai estar tudo bem, ou se vai dar tudo certo. Eu não posso garantir que vamos estar juntos sempre, mais eu sei em quem eu posso confiar. Serão tempos difíceis, mas sabemos, que teremos ao menos nós mesmos”. (GAROTOS PERDIDOS, DOYOULIKE?)

Coleção

doyoulike?

Se um dia nada mais te tocar,
jogue fora seus livros e o que mais encontrar
Escondido no armário,
embaixo dos seus moletons,
entre frases musicadas,
solfejos e semitons.
Coleciono uma porção de olhares
e alguns toques em minhas mãos
O silêncio na hora certa
e alguns remédios para a solidão.
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Na estante eu coloquei mais livros
e alguns móveis mudei de lugar...
Não que não faça mais sentido,
só resolvi deixar pra lá
Algumas cartas, amigos perdidos
e alguns olhares que não vão voltar.
Não que não faça mais sentido,
só resolvi deixar pra lá
Alguns abraços, corações partídos
e alguns costumes que não vou guardar.
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Que eu não ouso cantar.Se um dia nada mais te tocar...



Valeu a pena esperar - D'skema Novo

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mudança de planos

Muita coisa mudou desde o último post. Também não é por isso que estou aqui. Passei a semana relendo os textos e vi o quão venho me expondo, tornando público os meus problemas e reclames. Fazendo isso, estou construindo uma imagem que não é a minha.
Não passo 24 horas do dia reclamando, com a cara fechada e de mal com o mundo. Tenho meus “bad times”, mas isso não chega a 10% do meu dia.

Por isso e por outras coisas, resolvi voltar à idéia inicial do blog, que é formar histórias com coisas que vi, vivi ou invento. Conseguia dessa forma, expor com melhor claridade e coerência o que quero dizer. Se ler as primeiras histórias, talvez você nem abra mais o blog, mas o esforço na melhora será grande.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

MAIO, o mês da confusão

Três semanas para meu aniversário. Quem conhece bem esse que lhes escreve, sabe como é o mês de maio para mim. Sabe aquela coisa de ano novo. Planejar o próximo ano, medir suas atitudes, fazer promessas etc. Eu faço tudo isso, mas no meu aniversário, até porque é o meu ano novo.

Aí, né meu amigo Charlie Brown, tem muita coisa que nos deixa feliz, quando olhamos para trás. Porém, ah, porém, sempre tem coisas ruins. E são essas que nos machucam. E como eu já tenho uma leve tendência a elevar as coisas à quinta potencia, a situação piora. E PIORA freneticamente.

Eu tenho certeza absoluta que quem ler esse texto aqui, ou já terá desistido no primeiro parágrafo, ou ao final do post estará com mil conselhos na cabeça. Dirá para valorizar o que há de bom e não se abalar com o que de mal acontece. Mas eu tento isso, ou você imagina que eu adoraria estar mal, semana após semana, dia após dia, lutando contra eu mesmo, contra algo que não posso ver ou pegar. É triste demais.

Aí pra completar, agora eu tô muito confuso com algumas coisas. Sabe quando você está tão perdido, com um furacão na cabeça, onde todos os teu pensamentos vão de um lado a outros, onde teu chão já foi embora e você só flutua, por um mundo escuro e estranho? Contextualizando, eu não sei se estou a fim de uma pessoa. Tipo, eu não sei se estou gostando ou se é medo do meu aloniosmo mesmo. Ai eu fico bolando coisas na minha cachola, imaginado se aquilo que tenho por ela é recíproco ou não, e a dúvida me mata.

Só vou conseguir acabar com essa angústia quando tomar a coragem de revelar isso, ou quando for atropelado por ela.