terça-feira, 31 de maio de 2011

Coleciono uma porção de olhares (...)

 Sei que falei que iria mudar o estilo dos textos aqui no athos e que o tempo de dedicação a ele diminuiria por causa da faculdade, mas hoje acordei cedo, motivado pelo ato heroico de chegar aos 20 anos vivo. Talvez você não entenda, mas para mim faz todo o sentido.
Não queria falar sobre minha atual situação psicológica, mas como se percebe na estrutura dos textos aqui, não faço planejamento do que escrever e coloco o que vem na minha cabeça noo momento. Sabendo disso, sei que essa nova condição de vida vai guiar esse texto de alguma forma.
Vamos àbagaça, até porque você já deve estar de “saco cheio” dessas explicações que só fazem sentido para mim. Acordei hoje espantado com o fato de estar completando duas décadas. Tenho a sensação da chegada aos 20 marca em mim como uma nova era na minha vida. Uma troca de fases, ares, pensamentos e lugares. Não um lugar físico, mas sim de ideias. Pode ser complicado se comparar com meus últimos um milhão de textos, mas tudo mudou desde aquela quarta feira chuvosa de maio.
Espantei-me com os 20 anos, pois vivi muito, fiz bastante besteira, me arrependo de quase nada e sei que vou errar mais e mais. Só que não vivi tanto quanto muita gente acha. Acho que desses 20, perdi uns 7 me debulhando em choros inocentes, esquecendo que a vida é nada mais, nada menos do que um sistema. Vou tentar ilustrar de uma maneira bem idiótinha, como são todos os meus exemplos. Você lembra aquele jogo” vai-e-vem”, em que é uma corda e uma garrafa? Fica uma pessoa de cada lado da corda equando uma dela abre os braços, a garrafa vai para longe. Sim, a vida é assim. Passei bastante tempo abrindo meus braços para a vida, esperando que as coisas viessem para mim, enquanto não percebia que as afastava mais e mais.
E no momento que larguei o jogo de “viver”, perdendo a vontade de entender o jogo, fui atropelado pela coisa mais linda, com os olhos mais belos que já tivera visto em todos esses até então 19 anos e alguns, quase todos, meses. Engraçado é que tudo aconteceu em um 11 de maio. Onze é meu número da sorte e maio, ah!,Eu sempre reclamei de maio.
Minha cabeça mudou de uma forma impossível de imaginar se vista do Pedro de Abril de 2011 para o Pedro de Maio de 2011. As ideias, perspectivas de vida, opiniões, etc., tudo mudou. Só resta saber se ela me mudou, se a situação me mudou, ou me adaptei a tudo isso. Sou o mestre da teoria infundada, então vou lançar a minha, que você pode acreditar ou não: Acho que é um “mix” das três.
Vivi com decepções, dores, tristezas, tombos, tropeços e (quase) tudo de pior que possa acontecer com um adolescente de classe média, porto alegrense, gremista e seilá o que mais. Mas parando para pensar, se eu vivi tudo isso, só para encontrar essa menina de gênio difícil, de cabelos de cor diferente do padrão, com piercings, tatuagens, com seus medos e dúvidas, porém tão linda e doce, mesmo que tentando de todas as formas esconder essa doçura, em uma forma de defesa que é compreensível, posso dizer com todas as letras, em caixa alta: P-O-R T-E-R E-N-C-O-N-T-R-A-D-O E-L-A, V-A-L-E-U C-A-D-A T-O-M-B-O!
Escrevendo esse texto, me vieram duas músicas. Uma é a “coleção”, da doyoulike. A música fala sobre tudo que o ser recolheu e colecionou em toda a vida. As mudanças que teve, o como se adaptou as situações, e as lembranças do passado e como ele influencia na sua atual situação de vida. Eu me identifico demais com essa canção, e fico balançado cada vez que a ouço.
A outra canção é a “Valeu a pena esperar”, da D’Skema Novo, onde meu querido primo André era vocalista. Pra quem não sabe, perdemos ele em janeiro de 2008. Com toda a certeza, foi a maior perda que tive em toda a vida. Mas felizmente ele deixou para os que o tinham com carinho e amor, sua voz. A letra também faz um grande sentido para mim, frente a minha cabeça hoje.
Sem mais rodeios, termino aqui mais um textos. Porém, termino este de uma forma especial. Fecho a janela do word com a cabeça erguida, um sorriso sincero no rosto e uma alegria que nem o maior dos literatas poderia definir na mais bela das obras, no mais belo dos versos.
“ Foi tão bom ouvir a sua voz dizer que quer seguir comigo, o caminho do incerto e que não que saber se vai estar tudo bem, ou se vai dar tudo certo. Eu não posso garantir que vamos estar juntos sempre, mais eu sei em quem eu posso confiar. Serão tempos difíceis, mas sabemos, que teremos ao menos nós mesmos”. (GAROTOS PERDIDOS, DOYOULIKE?)

Coleção

doyoulike?

Se um dia nada mais te tocar,
jogue fora seus livros e o que mais encontrar
Escondido no armário,
embaixo dos seus moletons,
entre frases musicadas,
solfejos e semitons.
Coleciono uma porção de olhares
e alguns toques em minhas mãos
O silêncio na hora certa
e alguns remédios para a solidão.
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Na estante eu coloquei mais livros
e alguns móveis mudei de lugar...
Não que não faça mais sentido,
só resolvi deixar pra lá
Algumas cartas, amigos perdidos
e alguns olhares que não vão voltar.
Não que não faça mais sentido,
só resolvi deixar pra lá
Alguns abraços, corações partídos
e alguns costumes que não vou guardar.
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Eu já nem lembro bem do som da sua voz.
Faz tanto tempo que eu nem sei mais se eu quero lembrar.
Já não ouço os mesmos discos
e há canções que eu não ouso...
Que eu não ouso cantar.Se um dia nada mais te tocar...



Valeu a pena esperar - D'skema Novo

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