E outra vez eu acordei tarde, sem vontade de sair da cama;
Vou ao banheiro, jogar uma água na cara para encarar mais um dia;
Levanto o rosto, encharcado de água e me vejo naquele espelho, já velho e com o vidro rachado.
Olho fixamente para meus olhos;
Penso que rumo minha vida tem tomado.
Será isso o que eu imaginava quando criança? Será que eu aos 8 me imaginava assim quando tivesse 20?
O tempo passa e com ele se vão minhas esperanças;
Esperanças de sorrir verdadeiramente, e não para esconder a carcaça baleada que se resume em meu interior.
Eu acho muito legal que algumas pessoas acreditem realmente que após grandes perdas e derrotas na vida, recebamos algo bom. Admiro, porém discordo.
Não é preciso sofrer para aprender. Não acredito em recompensa por martírio. A vida, a minha vida, os acontecimentos e situações me fizeram crer que não devo crer em nada.
Fico extremamente triste por escrever sobre descrença e desânimo. Eu passaria a vida escrevendo. Eu adoraria escrever coisas que deixassem as pessoas felizes, que fizesse com que meu texto refletisse algo bom. Escrever coisas bonitas, sabe?
Mas infelizmente não dá. Não consigo acreditar em nada de bom.
Eu dia eu acreditei. Quer dizer, aquele não é mais eu. Aquele garoto acreditava em muitas cosas. Acreditava que conseguiria levantar de suas quedas, sarar suas próprias feridas, remontar sua casa, não importando o tamanho da ventania.
Sinceramente, eu queria continuar acreditando nessas coisas, mas né, isso acontece só em filmes felizes. Nos meus dramas, isso é só mais uma grande piada.
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