E aquele triste garoto caminhava pelas ruas sujas da cidade com a cabeça longe. Pensava nos problemas, procurando soluções para problemas que não dependiam dele para se resolver. Não que não fosse do interesse dele, mas conseguiria mudar a sua situação, haja vista que seu azar, ou falta de sorte, era algo abstrato.
Essa situação de “mãos atadas” corroía cada pedaço de carne dele. Suas motivações se resumiam, sua força se acabava e a esperança findava. Seu descrédito com a vida era evidente. Não tinha ideia do que fazer sozinho. A solidão já era o maior dos problemas do mundo. Chorava noites e noites por causa disso. Seu coração parecia um queijo suíço.
Tentava falar com os outros, porém a vergonha de ser tachado de fraco o barrava. E quando finalmente conversava com alguém, este o dizia que isso acontece com todos. Ele já não suportava essas maçantes batidinhas nas costas e consolos que não servem de nada. Ele não esperava a resolução dos problemas mediante aquela conversa, ele esperava que aquele ser, enxergando de fora a situação, sem pressões de ansiedade e tortura, com uma visão muitas vezes melhor que a dele, o confortasse.
Quando falamos de conforto, não queremos dizer o conforto que se dá a um doente que se encontra frente à morte, mas sim algo que o ajudasse a amenizar aquele tumor que mora no seu peito.
O triste garoto, mesmo com uma esperança que a cada segundo se vai, crê que uma hora o barco vai virar, o vento vai soprar para o lado correto e finalmente vai desembarcar em terreno seguro e terno.
Por @pedrokessler_
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