domingo, 20 de março de 2011

Fotografias espalhadas no chão, sujas com borra de café


Duas horas da manhã, e ele ainda não havia sequer piscado os olhos. Sentado na cama, olhava suas fotos de criança, quando corria por ai, sem nada na cabeça, somente pensando no que iria brincar no outro dia.

Olhava aquelas fotos e percebia que em todas havia um olhar puro e um belo sorriso. Com o passar das fotos e do tempo, aquele olhar se transformava em triste e o sorriso não havia mais. Fechou aquela caixa, e percebeu que vê-las não o ajudou a melhorar, mas sim só o colocava em um mundo real, onde sua felicidade era algo utópico e distante no tempo.

Quatro horas e nada do sono chegar, e a jarra de café do seu lado poderia ser uma das causadoras da insônia. Começava a calcular, mal e porcamente o porque alguns sentem tanto as derrotas e outros passam por elas com menos dor.

Estava entrando em parafuso, estava tão confuso que já não sabia de onde partir e para onde ir nos seus pensamentos. Pensava em desistir de acreditar nas coisas e nas pessoas. Na sua concepção, sua crença nas coisas e no próximo eram as reais culpadas pela sua tristeza. Ele acreditava em tudo, imaginando que sem esse credo, estaria à beira da solidão. Mas, olhando bem, sua solidão estava lá, mesmo crendo.

Tentou por mil vezes sair, conversar com pessoas, tentando aparentar ser  feliz, que não era abatido por nada e por ninguém. Mas isso o fazia cada vez mais triste, pois não conseguia nem sequer ser ele mesmo.

Por anos ele teve medo deste momento, a hora em que olharia para os lados e conseguiria concluir que nada mais o restava. Lutou por muito tempo imaginar que havia solução para as coisas, que tudo melhoraria. Mas essa imaginação e ilusão só o fizeram cegar. Cegar para a vida, cegar que as pessoas nem sempre estão com você para te fazer feliz, mas sim para trazer a felicidade escrota delas, que é a de pisar nos outros.  Claro que isso não é a atitude dos todos. Os que não têm esse pensamento são aqueles que são chamados de babacas, por não trair e mentir.

Agora aquele garoto, cheio de sonhos de criança entendeu que algumas de suas decepções vêm lá da infância, onde imaginava que o mundo não fedia e que as pessoas tinham um pingo de humanidade. Sim, para algumas pessoas, é difícil ser humana.

Ele sabe, porém, que esta decisão de viver só com o seu eu, não procurando mais ombros para chorar, abraços apertados e toques em suas mão, pode acentuar sua dor. Mas, sem saber o que fazer, procurou a forma mais simples: MATAR A ÁRVORE QUE SE CHAMA SENTIMENTOS, A ARRANCANDO DO CHÃO E TIRANDO SUAS RAIZES.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma cerração baixa e um coração que racha!


E aquele triste garoto caminhava pelas ruas sujas da cidade com a cabeça longe. Pensava nos problemas, procurando soluções para problemas que não dependiam dele para se resolver. Não que não fosse do interesse dele, mas conseguiria mudar a sua situação, haja vista que seu azar, ou falta de sorte, era algo abstrato.

Essa situação de “mãos atadas” corroía cada pedaço de carne dele. Suas motivações se resumiam, sua força se acabava e a esperança findava. Seu descrédito com a vida era evidente. Não tinha ideia do que fazer sozinho. A solidão já era o maior dos problemas do mundo. Chorava noites e noites por causa disso. Seu coração parecia um queijo suíço.

Tentava falar com os outros, porém a vergonha de ser tachado de fraco o barrava. E quando finalmente conversava com alguém, este o dizia que isso acontece com todos. Ele já não suportava essas maçantes batidinhas nas costas e consolos que não servem de nada. Ele não esperava a resolução dos problemas mediante aquela conversa, ele esperava que aquele ser, enxergando de fora a situação, sem pressões de ansiedade e tortura, com  uma visão muitas vezes melhor que a dele, o confortasse.

Quando falamos de conforto, não queremos dizer o conforto que se dá a um doente que se encontra frente à morte, mas sim algo que o ajudasse a amenizar aquele tumor que mora no   seu peito.

O triste garoto, mesmo com uma esperança que a cada segundo se vai, crê que uma hora o barco vai virar, o vento vai soprar para o lado correto e finalmente vai desembarcar em terreno seguro e terno.

domingo, 13 de março de 2011

Chão frio, dor de cabeça e solidão formigante


Confusão, essa é a palavra da semana. Não sei mais o que pensar, como agir, o que é certo e o que é errado. Dias difíceis existem, mas no fundo é você que os dimensiona.

Uma admiração por semana, mil pensamentos por dia, Dez mil dores de cotovelo por hora e um milhão de interrogações por segundo. Nisso se resume a cabeça desse magricela. Tentei por varias vezes não me preocupar com coisas pequenas, com as pessoas, com aminha vida. Tentei viver em vez de pensar como viver. Mas isso não sou eu.

Tentei ser frio, não me preocupar com o mundo, me fechar em uma bolha imaginaria, em que ninguém conseguiria a transpor.  Mas isso só mostra o quão fraco é o homem quando em frente aos seus problemas. Tentei ignorar meus problemas, entrar no meio do fogo cruzado, onde as balas são os sofrimentos que cada um carrega consigo. Mas não importa se você é sortudo, rápido, forte ou esperto: A bala é mais rápida do que você. Ou coloque seu colete a prova de balas, feito com a coragem de enfrentar sua metralhadora de fardos, ou vá em direção a ela, e se entregue como um perdedor.

Tentei não sentir nada, de amor à saudade, como um ser oco. Consegui com que eu me tornasse o tipo de gente que EU não gosto. Vivi por atrás de gente que não vale o mais mísero centavo. Chorei por pessoas que não eram dignas de nenhum tipo de sentimento.

As lagrimas, hoje já secas e as feridas já cicatrizadas me servem de lembrança e lição. Se eu vou conseguir seguir essas “lições”, disso eu não tenho certeza. Mas que algumas pessoas passaram a despertar em mim sentimentos tão pobres, que os definir seria uma grande perda de tempo, Eu tenho certeza ABSOLUTA!

terça-feira, 8 de março de 2011

que sexo frágil o quê


Poxa, hoje é oito de março, dia internacional da mulher. Eu acho uma palhaçada isso. Todo santo dia é dia delas.

Estranho né? Eu estou no estado mais machista da federação e penso desse jeito. Mas voltemos ao assunto. A mulher não merece somente um dia. Sem a mulher aqui na terra, nós homens ainda estaríamos nas cavernas. Pegue um grande homem, com uma grande personalidade. Perceba que atrás desse grande homem existe SEMPRE uma grande mulher. Se for feito a analise ao contrário, o resultado será mínimo.

Elas merecem não só uma data por infinitos motivos. O nascimento de uma criança, por exemplo. Nós homens trabalhamos por uma noite. Elas trabalham por nove meses, vendo seu corpo mudar, carregando um peso desgraçado e ainda na hora de nascer, tem de aguentar as dores do parto. E ainda tem uns “Zé Manés” que as chamam de sexo frágil. Eu não sei como é a dor, mas duvido que nós, o “sexo bruto”, a macheza, aguentemos a dor de um parto.

A mulher também tem a função mais nobre da terra, ser MÃE. Você, não olhe para o lado pois é contigo que estou falando, é o que é graças a sua mãe. E se não é, tu não ouviu porcaria nenhuma do que ela te disse. MAL CARATER!

Resumindo, a mulher é o centro do universo, é a mostra de que sim, existe esperança para a existência na terra. E olha que foi feita da costela. Imagina se fosse de uma carne nobre.

segunda-feira, 7 de março de 2011

The book of life is written with the blood of victory, with no loss




Se nossa vida fosse virar um livro, o que seria contado nele? Quem iria fazer a introdução? Que momento da sua vida poderia ser a capa? Quem saberia o bastante para escrevê-lo além de você?

Eu venho tendo algumas preocupações e pensamentos bestas, mas paciência. Sonhei com esse assunto essa noite.

O que estou fazendo da minha vida? Sério, será que estou reconhecendo o valor que têm uma vida? Chorando pelos cantos, reclamando que tudo vai de mal a pior e achando que assim continuará para sempre. Tá certo que se alguma coisa não está bem, agente acaba reclamando. Somos seres humanos, não o Exterminador do Futuro, que é um robô e não tem sentimentos. Mas eu reclamo da vida desde que aprendi a falar, e comecei a falar bem cedo até, porém até hoje nada mudou com meus reclames.

Outra babaquice é acreditar que eu não preciso de ninguém, me vangloriar que sou ranzinza, antissocial e rancoroso. Porcaria, quem é que quer ter perto uma criatura dessas. NÃO existe, NÃO existe ninguém no mundo que seja 100% independente. E se existe esse cara, ele é o maior frustrado da face da terra.

Olhei em volta de mim e vi a merda de história que venho construindo. Foi bom reconhecer isso, mas nisso, fugindo do último parágrafo, somente eu posso mudar o curso dessa história.

domingo, 6 de março de 2011

Moletons mofados no canto do armário



Escrevo nessa carta a dor;
de ter perdido o amor;
de vez.

Noites e dias passei;
sem poder dizer que senti;
a felicidade buscada por mim.

Sou como um mendigo na Praça da Alfândega, mendigando por uns trocados.

As pessoas passam, te olham com uma cara de reprovação e você tem que achar-se sortudo caso role uma moedinha ou algumas migalhas de pão.

Mendigar foi o fim do meu poço.
Os valores que eu buscava já não pagavam o meu esforço e esgotamento mental.

Difícil ser julgado por querer mais do que moedas e migalhas.  Pessoas te olhando de cima para baixo, desejando que você não estivesse no caminho delas.

Só se olha alguém de cima para baixo quando vai ajuda-lo a levantar.

Decidi jogar tudo para o alto. Achei mais apropriado recolher-me a solidão do meu eu.

Refletir sobre tudo, redefinir prioridades e talvez um dia, entrar nesse jogo confuso de uma forma melhor.

sábado, 5 de março de 2011

Tento com todas as forças ser mais otimista e me pergunto, perdido, onde foi que eu deixei escapar das minhas mãos, toda aquela alegria


E outra vez eu acordei tarde, sem vontade de sair da cama;
Vou ao banheiro, jogar uma água na cara para encarar mais um dia;
Levanto o rosto, encharcado de água e me vejo naquele espelho, já velho e com o vidro rachado.

Olho fixamente para meus olhos;
Penso que rumo minha vida tem tomado.
Será isso o que eu imaginava quando criança? Será que eu aos 8 me imaginava assim quando tivesse 20?

O tempo passa e com ele se vão minhas esperanças;
Esperanças de sorrir verdadeiramente, e não para esconder a carcaça baleada que se resume em meu interior.
Eu acho muito legal que algumas pessoas acreditem realmente que após grandes perdas e derrotas na vida, recebamos algo bom. Admiro, porém discordo.

Não é preciso sofrer para aprender. Não acredito em recompensa por martírio. A vida, a minha vida, os acontecimentos e situações me fizeram crer que não devo crer em nada.

Fico extremamente triste por escrever sobre descrença e desânimo. Eu passaria a vida escrevendo. Eu adoraria escrever coisas que deixassem as pessoas felizes, que fizesse com que meu texto refletisse algo bom. Escrever coisas bonitas, sabe?

Mas infelizmente não dá. Não consigo acreditar em nada de bom.

Eu dia eu acreditei. Quer dizer, aquele não é mais eu. Aquele garoto acreditava em muitas cosas. Acreditava que conseguiria levantar de suas quedas, sarar suas próprias feridas, remontar sua casa, não importando o tamanho da ventania.

Sinceramente, eu queria continuar acreditando nessas coisas, mas né, isso acontece só em filmes felizes. Nos meus dramas, isso é só mais uma grande piada.